quarta-feira, 8 de junho de 2011

A escola que querem os estudantes

Polo seu interesse e oportunidade reproduzimos aqui este artigo de José Paz Rodrígues, publicado original no Portal Galego da Língua, arredor dum grande inquérito realizado no Reino Unido cujos resultados foram dados a conhecer recentemente sob o título "The Children Manifesto".

A ESCOLA QUE QUEREM OS ESTUDANTES.
José Paz Rodrígues, didata e pedagogo tagoreano.

Embora fosse no Reino Unido (e também na Alemanha) onde se criaram no seu dia importantes escolas novas, algumas das quais ainda funcionam hoje, nom é precisamente o país que se distinga na maioria dos seus centros de ensino primário e secundário polo interesse pedagógico-didático e por desenvolver estratégias educativas inovadoras. Certo que ali foram fundadas as escolas de Abbotsholme e de Bedales, respectivamente por Cecil Reddie e John Badley, escolas novas modelares. E funcionou durante décadas a de Summmerhill, dirigida por A. S. Neill, e a de Dartington Hall, criada polo tagoreano L. K. Elmhirst em Devon. Quatro interessantes experimentos educativos que ainda funcionam hoje. Contudo, a grande generalidade de escolas britânicas têm uma pedagogia muito rotineira e aborrecida, dando-lhe muita importância a conteúdos inúteis e aos exames. Para os quais muitos docentes preparam exclusivamente os alunos para que os superem, sem se preocuparem pola sua formaçom. E esquecendo por completo outras atividades escolares, mais didáticas e motivadoras. E afinal as escolas britânicas som antes academias de velho estilo, e nom platónicas, do que escolas dinâmicas, vivas e criativas.
Por isto, muito recentemente, naquele país do Norte, deu-se a conhecer “O Manifesto dos Rapazes” (The Children Manifesto), redigido depois de perguntar por meio dum inquérito a um alto número de estudantes, como gostariam que fossem as suas escolas. Tal manifesto, que nom tem desperdício, e que poderia valer em grande parte para muitas das nossas escolas em Espanha, acolhe propostas dos pequenos estudantes, assinalando que a escola deveria ter as seguintes características:
1.-Aberta: Sem muros e com saídas a lugares interessantes no exterior.
2.-Ativa: Uma espécie de movimento contínuo e nom só no tema dos desportos.
3.-Amigável: Que os docentes falem suavemente e se possa dialogar.
4.-Confortável: Nas mesas e carteiras, cadeiras e lugares onde se possa estar à vontade.
5.-Criativa: Com abundância de atividades para criar, inventar e expressar-se. Nom repetitiva.
6.-Atenta: Com foros e classes em que se possa debater, tertuliar e dar opiniões.
7.-Experta: Trazendo às aulas para dar palestras pessoas expertas em diferentes campos da ciência e da cultura. Aproveitando em primeiro lugar as que existam na comunidade.
8.-Flexível: Com tempo para refletir, propor e nom só escuitar.
9.-Inclusiva: Com variedade de alunos de todas as classes e situações pessoais. Sabendo integrá-los.
10.-Internacional: Nom só em idiomas, como também em outros temas: gastronomia, culturas, religiões...
11.-Técnica: Com novas tecnologias, para saber usá-las, saber prescindir das mesmas e nom só para aprender com elas. Também para fazer relaxaçom.
12.-Tranquila: Com rapazes que nom berrem, que falem a modinho e baixo, e com música no lugar de campainhas e sinos.
Se você mestre/a ou professor/a que me está a ler, tem uma escola com este modelo deve saber que é o mesmo que propõem as crianças e estudantes britânicos. Cansados de uma escola repetitiva, com pouca vida e sem dinamismo. Porque hoje a escola está em crise em muitos lugares e, especialmente, em Ocidente. E a que mais em crise está é a primeira escola, que é a da casa e da família, a que Pestalozzi, Froebel e Montessori denominavam “escola maternal”. A mais importante de todas na educaçom das crianças.