Artigo de Humberto Morám publicado em Praza Pública o 8 de maio.
"As pessoas que atualmente dirigem os assuntos educativos usam umha linguagem que bem poderia ser qualificada de “litúrgica”. Na
contrarreforma mais recente, ao tempo que constatamos umha decidida
volta ao passado mais obscuro, observamos porém que os seus autores
continuam a usar muitas palavras que referem conceitos introduzidos
polos renovadores progressistas dos sistemas educativos europeus do
século XX: currículo, avaliaçom formativa, atençom à diversidade, …
Estes termos pertencem a umha forma muito diferente de entender o
ensino mas os atuais legisladores mantêm boa parte deles sem acreditar
no seu significado. Assim é que realizam a cerimónia de falar de
avaliaçom formativa mas só pensam nos tradicionais exames escritos.
Falam pomposamente de currículo e na prática tudo fica reduzido a
publicar o “temário” dumha “disciplina” que os estudantes deverám
“saber”. Chegam ao cinismo de usar o conceito de atençom à diversidade à
mesma vez que o prostituem desenhando um implacável mecanismo que
pretende selecionar o alunado mediante etiquetas e segregaçons já desde a
educaçom primária. E assim por diante..."